27.6.06

Contessa, perdono



A cena se passa no castelo de Águas Claras, arredores de Sevilha. O ano é 1786. 

Os muitos dias de intensa felicidade ao lado de sua belíssima esposa não impediram o Conde de Almaviva de cortejar outras mulheres, como a sensual Susana, ajudante pessoal da Condessa. Susana é noiva de Figaro, por sua vez, ajudante pessoal do Conde. Figaro, que deve dinheiro na praça, é assediado por uma de suas maiores credoras, Marcelina. Para completar esse imbroglio, corre à boca solta no castelo que o pajem Cherubino, recém entrado na puberdade, anda com o pensamento e os hormônios dirigidos para o corpo da Condessa. 

Para provar ao enciumado Conde que tudo não passa de um mal-entendido, Figaro arquiteta um plano: a Condessa trocaria de identidade com Susana e, fazendo-se passar pela camareira, convidaria o Conde para um encontro furtivo. A idéia acaba por jogar ainda mais lenha nessa fogueira pois, Figaro agora declara seu amor à Condessa, no papel de Susana, e Cherubino deseja Susana, no lugar da Condessa. 

A confusão aumenta ainda mais no momento em que, culpados ou não, o Conde surpreende a todos em um dos aposentos do castelo. É o fim do quarto ato, quando nada menos do que treze vozes entoam, em coro, um emocionante pedido de desculpas. Em um primeiro momento Figaro, Susana, Cherubino, Marcelina e outros personagens tentam explicar a situação em que se meteram. Depois, surge a voz da Condessa, implorando para que a todos fosse dada a chance do perdão. Logo depois é a vez do Conde entrar com o seu contessa perdono e conduzir a história e a platéia para um final arrebatador. 

Antes de explodirem os aplausos, os privilegiados espectadores tornam-se protagonistas de um verdadeiro milagre: doentes saram, tiranos se humanizam, servos libertam, céticos oram, mudos bradam, apáticos transbordam, tímidos brilham. Ninguém passa ileso pela maior declaração de amor da humanidade. 

Almaviva é uma criação dos barões da Casa Rothschild em associação com os marqueses de Concha e Toro. Produzido no Chile, o vinho teve seu nome inspirado na suprema comédia humana, um dos muitos títulos dados Às Bodas de Figaro, a mais genial ópera do mais genial de todos os compositores, Mozart. 

Esqueça castas, aromas predominantes, notas wine spectator e robert parker, a história acima é tudo o que você precisa saber para aproveitar ao máximo e em boa companhia uma arrebatadora garrafa de Almaviva.


6 comentários:

CrissMyAss disse...

Farfallone...

CrissMyAss disse...

Oi Eduardo, que bonitinho o que você me disse lá (aliás obrigada por me visitar).
Mas e aí, conhece algum cavalheiro de sorriso largo e olhar triste para me apresentar?
[ ]s

CrissMyAss disse...

Pô, que mico, só eu que comento aqui???
Hoje, só pra concordar que:
nove rainhas é um ótimo filme
a morte de seu diretor tão jovem, lamentável
o cinema argentino arrebenta mesmo.

Suzi disse...

Nao criss, nao é só vc.
Pela visita obrigada. Pelo vinho um beijo. E pela cadência gostosa com que nos conta delícias em forma de histórias vou virar visita. Freqüente.

CrissMyAss disse...

Uma homenagem à sua linda referência a El Cid, no post de hoje.
Obrigada,

Anônimo disse...

Putz, tenho que achar essa garrafa!!!